Recanto:


"A única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Clarice Lispector

"

Quando pratico o bem, sinto-me bem, quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião. Abraham Lincoln


" Há quem possua tesouros em ouro e prata.Os meus são de carne e ossos....Rafael e Guilherme...ambos com brilho e valores excepcionais. "Peta Andrade




sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O VESTIDO AZUL



 Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita.
Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.
O professor ficou penalizado com a situação da menina.

"Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?".

Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu lhe comprar um vestido novo.
Ela ficou linda no vestido azul.

Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas.

Quando acabou a semana, o pai falou: "mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços?.Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma
pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim."

Logo mais, a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.

Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade.

Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado.
Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das autoridades. Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários ao bairro.

A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra.
Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.

E tudo começou com um vestido azul.

Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, deu a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou fazendo que outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.

Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive?
Por acaso somos daqueles que somente apontamos os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito?

Lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É difícil reconstruir um planeta, mas é possível dar um vestido azul.

Há moedas de amor que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento próprio e com bondade.
Você acaba de receber um lindo vestido azul.!!!!!!
Faça a sua parte.
Ajude-nos a melhorar o PLANETA!



    

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ecos do Silêncio

          
No instante de um pensamento,
Minha mente turbulenta chegou a um descanso.

O interior e o exterior,
Os sentidos e seus objetos,
São completamente lúcidos.

Em uma volta completa,
Esmaguei a grande vacuidade.

As dez mil manifestações
Surgem e desaparecem
Sem qualquer razão.

— Han-shan
Sem qualquer razão.

— Han-shan      


Sentado quietamente,
Nada fazendo,
A primavera vem,
A grama cresce por si.

— Zenrin Kushû
                                                                         

sábado, 6 de agosto de 2011

O QUEIJO E OS RATOS

 Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes, pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade. Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade…

 Bem pertinho é modo de dizer. Na verdade o queijo estava imensamente longe, porque entre ele e os raios estava um gato… O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e…era uma vez um ratinho…

 Os ratos tinham muita raiva do gato. Quanto mais raiva sentiam, mais irmãos se tornavam. A raiva a um inimigo comum tornava-os cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse, ou sonhavam com um cachorro.

 Como nada pudessem fazer, reuniam-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegavam mesmo a escrever livros com a crítica “Quando se estabelecer a ditadura dos ratos” diziam um. “Socializaremos o queijo”, dizia outro. Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções. Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bom que o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem, crescem sempre.

 E marchavam juntos, com os rabos entrelaçados, gritando: “Queijo já…”

 Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem certa manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era. O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, numa fome comum.

 E foi então que a transformação aconteceu. Bastou a primeira mordida. Compreenderam repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, ao invés de crescer, diminuem. Assim, quanto maior o número de ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam cada um para a boca dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram. Arreganharam os dentes. Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos.

 A briga começou… Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas… E num ato contínuo começaram a brigar entre si. Alguns ameaçaram chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem. O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos:

 “Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado de seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono.

 Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando…

 Os ratos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido. O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato, o olhar malvado e os dentes à mostra.

 Os ratos magros nem conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam então, que não havia diferença alguma, pois todo o rato que foca dono do queijo vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão parecidos.

(Da “Estórias de bichos”. Rubem Alves. Ed. Loyola, p. 16-18).

segunda-feira, 4 de julho de 2011

ORIGAMI

 Eeis que em minhas andanças pelo mundo, encontrei certa vez, sentado num banco de uma praça de uma cidade cujo nome não me lembro, um velho sábio. Logo que o reconheci sentei ao seu lado para pedir algum conselho que só os sábios podem transmitir.
_Velho sábio, eu queria saber qual é o sentido da vida. Perguntei ansioso.
_Fazes uma pergunta que só tu podes responder. Disse.
_Como assim?
O sábio não me respondeu, em vez disso retirou de seu alforje duas folhas em branco, depois me deu uma folha e começou a dobrar a outra.
_Conheces o origami?
_Sim, é uma técnica oriental que consiste em dobrar uma folha até que esta se torne uma figura.
_Exatamente. É uma técnica milenar. Depois de um momento de pausa disse: _Sabes, o sentido da tua vida é como esta folha em branco.
_O que? Realmente não entendi aquela parábola.
_Cabe a tu escolheres que figura fazer. Cada dobra é uma decisão que tomas e tu escolhes se no final esta folha virará um pássaro, um barco ou um coelho.
         "A vida é como uma folha em branco, e é tu que escolhes que sentido dar para a mesma."
Naquele momento comecei a entender as suas sábias palavras.
_Cada dobra deve ser feita com cuidado pois se dobras errado a folha ficará marcada. Continuou.
          "E somente aqueles que ousam fazer as mais arriscadas dobras conseguem os mais interessantes resultados." Naquele instante o sábio me mostrou um coelho feito com a folha em branco.
Então naquela manhã sentado ao lado de um velho sábio, fiquei dobrando uma folha em branco até que um pássaro surgiu das dobras que fiz. E eram sábias as palavras daquele velho homem.
 
Autor desconhecido

Sua vez:Seu coração é a sua casa.Faça-o, prepare com carinho o seu Origami e escreva nele o que vc mais deseja ter em seu coração, para si e para doar.

 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

UM ATO IMPENSADO

 Um belo dia de sol, Sr. Mário, um caminhoneiro, chega em casa depois de longos anos de trabalho e, todo orgulhoso, chama sua esposa para ver seu lindo caminhão, o primeiro que conseguira comprar após todos aqueles anos de sufoco, e a partir daquele dia, seria seu próprio patrão.

 Ao chegar à porta de sua casa, encontra seu filhinho de 6 anos, martelando alegremente a lataria do reluzente caminhão. Irado, aos berros pergunta o que o filho estava fazendo e, sem hesitar, no meio de seu furor, martela impiedosamente as mãos do filho, que se põe a chorar sem entender o que estava acontecendo.

 A mulher do caminhoneiro, corre em socorro do filho, mas pouco pôde fazer. Chorando junto ao filho consegue trazer o marido à realidade e, juntos o levam ao hospital, para fazer um curativo nos machucados provocados.

 Passada várias horas de cirurgia, o médico desconsolado, bastante abatido, chama os pais e informa que as dilacerações foram de tão grande extensão, que todos os dedos da criança tiveram que ser amputados, mas que de resto o menino era forte e tinha resistido bem ao ato cirúrgico, devendo os pais aguardá-lo acordar no quarto.

  Ao acordar, o menino foi só sorriso e disse ao pai:

 – Pai, me desculpe, eu só queria consertar seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo!

 O pai enternecido, disse que não tinha mais importância, que já nem estava mais bravo e que não havia estragado a lataria do seu caminhão.

 O menino com os olhos radiantes perguntou?

 – Quer dizer que não está mais bravo comigo?

 – Não! – respondeu o pai.

 – Se estou perdoado papai, quando meus dedinhos vão nascer de novo?

REFLITA: Apesar de forte, esta história e de  cunho muito real, porque na hora do ímpeto, machucamos profundamente quem amamos, e em muitas das vezes não podemos mais “sarar” a ferida que deixamos. Assim espero que ao lerem, fiquem impressionados como fiquei. Pensem em suas atitudes e reflitam para ver o quanto têm sido impetuosos e, se for possível, mudem suas atitudes a fim de evitar os danos irreversíveis de seus atos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

A arte de viver

   Guy de Maupassant, literato francês era um mestre do Conto. Perguntaram-lhe, um dia, o segredo para fabricar uma história, um Conto de valor. A resposta veio pronta:
-Deve ter um bom começo e um bom fim!

-Mas, e no meio? O que se coloca entre este início e final?

-No meio deve estar o artista – respondeu Maupassant.

Não apenas os astros do cinema ou da televisão, não apenas ao hábeis manejadores da pena ou do pincel, todos quantos podemos e devemos ser os artistas da nossa vida.

Uma das artes mais difíceis, sem dúvida, é a arte de viver. Arte que não se improvisa e que exige longo e árduo aprendizado. Morrem legiões, sem nunca terem aprendido seu a- bê- ce.

Essa vida, pela qual somos os responsáveis, não nos é dada feita, prontinha como um programa de televisão, que podemos apreciar, sem muito esforços pessoal, refestelados confortavelmente numa poltrona…

Cada qual constrói e molda sua vida, com ou sem arte, dissipando-a ou valorizando-a. podemos fazer dela uma obra-prima ou uma caricatura.


    Caricatura: imitação cômica e ridícula de uma pessoa ou coisa. Dissipar: esbanjar; não dar valor.

                                                                                              Roque Schneider

terça-feira, 24 de maio de 2011

Escolhas de uma vida


 
  A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.


Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".


Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.


As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...


Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.


Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.


Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.


Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!
   

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ARTIGO DE OPINIÃO

                  Por uma cultura anti-bullying 

 Um exército de indefesos anda perdido pelas ruas de nossas cidades. Vítimas de uma cultura da prepotência sofrem todo o tipo de preconceito. Espaços públicos que deveriam favorecer a convivência sadia, acabam por escancarar nosso  jeito, marcando  de uma forma recorrente, pessoas a quem   transformamos  em  vítimas do silêncio. O bullying precisa ser visto como um sintoma. 
  Quem de nós, em algum momento de sua história, já não foi cobaia da mediocridade de alguém ou de grupos? Quantas vezes, quase sem querer, deixamos escapar aquela expressão que revela o preconceito que mora dentro de nós?  O bullying não escolhe espaço para se desenvolver. Condutas recorrentes são aquelas que sistematizam a prática do preconceito. Aquela garotinha gorda passa a ser a bola da vez daquela sala de aula onde é transformada na cobaia da gozação, momento após momento. Chega o tempo em que ela solicita a seus pais para não ir mais a escola. Alega dores e outras razões. Essa história se passa em todos os lugares, não escolhendo classe social.
  Crescemos ouvindo a importância da palavra respeito. Vivemos cercados por exemplos que desmentem a tese. Fala a cultura da masculinidade que nega o direito de escolhas diferentes. O preconceito sexual é uma afronta ao próprio conceito da palavra liberdade.  Cada um de nós  sabe como isso se processa, por exemplo,  num ambiente de trabalho ou em rodas sociais. A ironia e o riso zombador escancaram a marginalização. As chamadas vítimas do silêncio não encontram defensores. Seus algozes fazem parte da massa dos indiferentes.  Quase todos eles, acabam reforçando a posição dos agressores. O complicado nesse ato pedagógico é o desafio em perceber que o agressor também é vítima de sua própria ação. Não desconfia ele, que o aplauso vazio da hora, poderá se transformar na exclusão num outro lugar.
  Estamos engatinhando no Brasil sobre as lições da cultura do bullying.  Temos muito para aprender com aquilo que chega das casas, das salas de aula e dos ambientes de trabalho.                  Precisamos diferenciar a brincadeira da hora, do preconceito massacrante. Garotos e garotas, marcados pela exclusão da zombaria, levam para suas vidas experiências humanas onde  tudo   é medido  pelo tamanho do peso, da cor da pele, da escolha sexual , dos níveis de intelectualidade, do tipo de roupa ou do padrão de beleza definido.  Onde iremos parar com essa xenofobia? Quando descobriremos que temas como o bullying não pode mais ser tarefa apenas de alguém ou de um momento esporádico?  Quando aprenderemos que lutar a favor do respeito às diferenças é um legado de educação para toda a vida? 
  A civilidade exige o respeito a todo o ser humano. Adultos e instituições não podem se omitir diante da tarefa da criação de um clima sadio e solidário, onde as regras sejam pautadas pelo direito que todos possuem em aprender o significado da palavra respeito. Dominar tecnologias e apropriar-se do conhecimento compromete a formação do aprender a ser e a construção de laços de convivência, construídos no respeito e na proteção da integridade de todos, em especial, os que formam o exército dos vitimizados.
  O desafio pedagógico, em qualquer lugar, é a educação da massa dos indiferentes. Aqui está um dos nós da educação.

                                                                           Carlos Alberto Barcellos 

terça-feira, 22 de março de 2011

Apenas a Língua Portuguesa nos permite escrever isso...

    
Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português,
pintava portas, paredes, portais.
Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.
Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder
progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora.
Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia
praticar pinturas para pessoas pobres.
Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para
pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para

poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado,
preferiu partir para Portugal para pedir permissão para
papai para permanecer praticando pinturas, preferindo,
portanto, Paris. Partindo pra Paris, passou pelos
Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos,
porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos,
preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras
pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque
pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada,
provocando, provavelmente, pequenas perfurações, pois,
pelo passo percorriam, permanentemente, possantes
potrancas.
Pisando Paris, permissão para pintar palácios pomposos,

procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza,
precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos,
perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se.
Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder
prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam
pelo pensamento, provocando profundos pesares,
principalmente por pretender partir prontamente para
Portugal.
-Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir
para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios,
pintando principais portos portugueses.
-Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.
-Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois
pretendo progredir.
Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais,
porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo
provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir
permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando
pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso
percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo
portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo
pescoço proferiu:
-Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior.
Primo Pinduca pintou
perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?
-Papai, proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste,
porém, preferindo, poderei procurar profissão própria
para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer
por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou
pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu
prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para
praticar profissão perfeita: pedreiro!
Passando pela ponte precisaram pescar para poderem
prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes
pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus,
piaparas, pirarucus.
Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar
pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando
por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles,
primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas
palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena
parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.
Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles
pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar
pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia
pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles,
pois precipitou-se pelas paredes pintadas.
Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando...
"Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois
pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar.
Pensei. Portanto, pronto pararei.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Dia D ...de diferente

  Num dia choramos nossos mortos das enchentes, das secas,dos que foram abandonados nas lixeiras, nos córregos.Noutro ficamos inertes diante das imagens de deslizamentos e da retiradas de centenas de corpos de escombros.
   Rio de Janeiro, Haiti , Indonésia,Alagoas....Japão....Cenas dantescas e que não foram" baseadas em fatos reais", são verdadeiramente fatos reais....
  Os fenômenos naturais nos assustam .Os órfãos, os sem "sentidos" , os sem comida, os sem teto ...os sem colo ,abraço ou beijos, nos deixam tão cheios de questionamentos.
   È, certas coisas são mais fortes do que a sabedoria humana e ainda vão nos trazer muitas dores e dissabores....
  Que Deus olhe pelos desabrigados, pelos que perdem e pelos que sonham ...que ele continue dando forças aos que são fortes, aos que tiram forças no choro, na solidão, na desgraça....aos que resistem à indiferença ,à negligência, às catástrofes.....
   Que as famílias das vidas ceifadas hoje, por uma catástrofe natural, encontre respostas...certezas e recomeços. ( Peta)

        SOLIDARIEDADE

Solidariedade... É uma palavra diferente.
É uma palavra que incomoda um pouco...
Incomoda porque embora seja difícil de pronunciar, é o seu verdadeiro significado que “faz mexer”...
Fundamenta-se em valores que não conseguimos quantificar por maior que seja o número em euros (ou a falta deles).
Mas o que é a Solidariedade?
O que é ser solidário?
Lanço-vos o desfio de lerem esta mensagem até ao fim. Apenas isso.
Ser Solidário, é acima de tudo, respeitar, incondicionalmente tudo o que nos rodeia...
Ser Solidário, é sentir a necessidade ínfima de partilhar...
Ser Solidário, é perceber que as diferenças só existem porque é mais fácil criar distâncias do que gerir dificuldades...
Ser Solidário, é sentir que é possível mudar, o que está errado E que para isso basta acreditar...
Ser Solidário, é querer ir mais além, é ser mais alto interiormente, é ser maior de coração...
Ser Solidário, é perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior à de receber...
Ser Solidário, é estender a mão, sem olhar à cor, ao sexo, ao estatuto social (ou à falta dele) e à conta bancária (desculpem-me a ironia)...
Parece-vos utópico tudo isto?
Um romancezeco-semi-sonho com final feliz?
Não é garanto-vos!
Apenas defendo, porque acredito, que a interiorização de um sentimento desta índole, torna-nos efectivamente “pessoas melhores “...
E Solidariedade só quando é Natal?
Ou quando a Natureza “avisa” que ainda manda nisto tudo??
NÃO!!! NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER!!!
Sermos solidários, quando percebermos que é possível fazer alguma coisa, dizer NÃO, ao egoísmo em que todos vivemos, ao nosso fácil acomodamento, face à miséria, à solidão; à injustiça social e a tantas mas tantas coisas mais...
É mais fácil pensar que não é conosco se algo de profundamente errado e injusto se passa ao nosso lado:
- Sabia que há pessoas a passar fome?
- Sabia que há crianças com apenas poucos meses que vivem em carros abandonados?
- Sabia que há crianças que têm como companheiros de brincadeiras, nos seus “pseudo-quartos”, muitas baratas, e até cobras?
- Sabia que há famílias como a minha e como a sua a viver em currais de porcos e outras “habitações afins”?
- Sabia que se pode morrer de solidão?
Se não sabia, ficou a saber que tudo isto é real e que se passa bem mais perto de si do que pensa… CONSEGUE, AINDA ASSIM, SENTIR-SE UMA PESSOA FELIZ???
Vivemos num mundo de quimeras adiadas, frustradas e cansadas...
Num mundo de mácula, atolado de “mentes vazias” perdidas no seu “ego”, na sua majestosa moradia, nos seus carros topo de gama...
Completamente mergulhados numa vida egocêntrica, que nos condena irreversivelmente à solidão. Acredita que podemos mudar isto?
Eu acredito, porque afinal a
DISTÂNCIA É A DE UM PASSO (Fly )

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulheres maravilhosas!!

Nada mais contraditório do que ser mulher...
Mulher que pensa com o coração,
age pela emoção e vence pelo amor.
Que vive milhões de emoções num só dia
e transmite cada uma delas, num único olhar.
Que cobra de si a perfeição
e vive arrumando desculpas
para os erros daqueles a quem ama.
Que hospeda no ventre outras almas,
dá a luz e depois fica cega,
diante da beleza dos filhos que gerou.
Que dá as asas, ensina a voar
mas não quer ver partir os pássaros,
mesmo sabendo que eles não lhe pertencem.
Que se enfeita toda e perfuma o leito,
ainda que seu amor
nem perceba mais tais detalhes.
Que como uma feiticeira
transforma em luz e sorriso
as dores que sente na alma,
só pra ninguém notar.
E ainda tem que ser forte,
pra dar os ombros
para quem neles precise chorar.
Feliz do homem que por um dia
souber entender a Alma da Mulher!


(Fatima Ayache)

quinta-feira, 3 de março de 2011

CARTA ESCRITA EM 2070 DC Documento extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos" de abril de 2002.


 Um exercício de imaginação, que está para além da ficção. Preocupante por vermos que diariamente se desperdiça um recurso tão importante e que não é inesgotável.

  Ano 2070. Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém com 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro.
  Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele. Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, devemos raspar a cabeça para a manter limpa sem água. Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém  ligava - pensávamos que a água jamais podia acabar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão Irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber eram oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado já que as redes de esgotos não se usam por falta de água. A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele provocadas pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. A industria está paralisadas e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-nos em água potável os salários. Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele, uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. Os cientistas investigam, mas não parece haver solução possível.  Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores e isso ajuda a diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações.
  Alterou-se também a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações. O governo cobra-nos pelo ar que respiramos (137 m3 por dia por habitante adulto). As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas". Estas estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar. A idade média é de 35 anos.
   Em alguns países existem manchas de vegetação normalmente perto de um rio, que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se num tesouro muito cobiçado - mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há arvores, porque quase nunca chove e quando se registra precipitação, é chuva ácida. As estações do ano tem sido severamente alteradas pelos testes atômicos. Advertiam-nos que devíamos cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente, ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a água? Então, sinto um nó na garganta; não deixo de me sentir culpado, porque pertenço à geração que foi destruindo o meio ambiente ou simplesmente não levamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível. Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto, quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso planeta Terra!

   Vamos ficar de braços cruzados???? 

  Pense, reflita e faça a sua parte.
  

quarta-feira, 2 de março de 2011

O paradoxo de nosso tempo.

 O paradoxo de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; autoestradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; gastamos mais, mas temos menos; nós compramos mais, mas desfrutamos menos.

 Temos casas maiores e famílias menores;mais medicina, mas menos saúde. Temos maiores rendimentos ,mas menor padrão moral 

 Bebemos demais,  gastamos de forma irresponsável, rimos de
menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos
acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro,ficamos tempo demais diante da TV , do computador e raramente pensamos nos órfãos,nos que não têm teto....
 Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais,
amamos raramente e odiamos com muita frequência. Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.
 Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida á extensão de nossos anos. Já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com nosso novo vizinho.

 Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos
coisas maiores, mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma.

 Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e
caráter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Estes são
tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra no lares; temos
mais lazer, mas menos diversão; maior variedade de tipos de comida, mas
menos nutrição.

 São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais
belas, mas lares quebrados.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também
descartável, ficadas de uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que
fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar.

 É um tempo em que há muito na vitrine e nada no estoque; um tempo em que a
tecnologia pode levar-lhe estas palavras e você pode escolher entre fazer
alguma diferença, ou simplesmente apertar a tecla Del.

(Anônimo)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A flor e o arroz.

  Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.

Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.

Moral da História:
"Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Portanto, nunca julgue. Apenas tente compreender."

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Homenagem a Moacyr Scliar ( uma das crônicas que mais gosto)

De volta ao primeiro beijo.

"O primeiro beijo é uma coisa muito falada. Sem dúvida é uma experiência muito marcante, inesquecível. O primeiro beijo é uma maturação, uma descoberta. Ao mesmo tempo, para alguns, ele pode ser um monstro assustador", diz o cineasta Esmir Filho, diretor de "Saliva". O filme conta como Marina, uma garota de 12 anos, é pressionada a dar o seu primeiro beijo no experiente Gustavo.
Folhateen

TINHA ACABADO de ler a matéria sobre o primeiro beijo, no pequeno apartamento em que morava desde que ficara viúvo, anos antes, quando (coincidência impressionante, concluiria depois) o telefone tocou. Era uma mulher, de voz fraca e rouca, que ele de início não identificou: - Aqui fala a Marília -disse a voz. Deus, a Marília! A sua primeira namorada, a garota que ele beijara (o primeiro beijo de sua vida) décadas antes! De imediato recordou a garota simpática, sorridente, com quem passeava de mãos dadas. Nunca mais a vira, ainda que freqüentemente a recordasse -e agora, ela lhe ligava. Como que adivinhando o pensamento dele, ela explicou: - Estou no hospital, Sérgio. Com uma doença grave... E queria ver você. Pode ser? - Claro -apressou-se ele a dizer- eu vou aí agora mesmo. Anotou rapidamente o endereço, vestiu o casaco, saiu, tomou um táxi. No caminho foi evocando aquele namoro, que infelizmente não durara muito tempo -o pai dela, militar, havia sido transferido para o Norte, com o que perdido o contato -mas que o marcara profundamente. Nunca a esquecera, ainda que depois tivesse beijado várias outras moças, uma das quais se tornara a sua companheira de toda a vida, mãe de seus três filhos, avó de seus cinco netos. E não a esquecera por causa daquele primeiro beijo, tão desajeitado quanto ardente.
Chegando ao hospital foi direto ao quarto. Bateu; uma moça abriu-lhe a porta, e era igual à Marília: sua filha. Ele entrou e ali estava ela, sua primeira namorada. Quase não a reconheceu. Envelhecida, devastada pela doença, ela mal lembrava a garota sorridente que ele conhecera. Consternado, aproximou-se, sentou-se junto ao leito. A filha disse que os deixaria a sós: precisava falar com o médico.
Olharam-se, Sérgio e Marília, ele com lágrimas correndo pelo rosto. - Você sabe por que chamei você aqui? -perguntou ela, com esforço. - Porque nunca esqueci você, Sérgio. E nunca esqueci o nosso primeiro beijo, lembra? Na porta da minha casa, depois do cinema... - Claro que lembro, Marília. Eu também nunca esqueci você... - Pois eu queria, Sérgio... Eu queria muito... Que você me beijasse de novo. Você sabe, os médicos não me deram muito tempo... E eu queria levar comigo esta recordação...
Ele levantou-se, aproximou-se dela, beijou os lábios fanados. E aí, como por milagre, o tempo voltou atrás e de repente eles eram os jovenzinhos de décadas antes, beijando-se à porta da casa dela. Mas a emoção era demais para ele: pediu desculpas, tinha de ir. A filha, parada à porta do quarto, agradeceu-lhe: você fez um grande bem à minha mãe. E acrescentou, esperançosa: - Acho que ela agora vai melhorar. Não melhorou. Na semana seguinte, Sérgio viu no jornal o convite para o enterro. Mas, ao contrário do que poderia esperar, apenas sorriu. Tinha descoberto que o primeiro beijo dura para sempre. Ou pelo menos assim queria acreditar..




 O escritor Moacyr Scliar morreu na madrugada deste domingo,27 de fevereiro de 2011, aos 73 anos, no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Os filósofos da bola!!!!


Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana.’
(Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes do jogo de despedida do Zico)
‘Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado.’
(Jardel, ex-atacante do Grêmio)
‘As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.’
(Dunga, em entrevista ao programa Terceiro Tempo)
‘Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja.’
(Jardel, ex-atacante do Grêmio)
‘O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom.’
(Souza, meio-campo do São Paulo, em uma entrevista ao Jogo Duro)
‘A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto.’
(Jogador Fabão, assim que chegou no Flamengo)
‘Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e chutei pro gol.’
(Jardel, ex- jogador do Grêmio, ao relatar ao repórter o gol que tinha feito)
‘A bola ia indo, indo, indo… e iu!’
(Nunes, jogador do Flamengo da década de 80)
‘Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.’
(Claudiomiro, ex-meia do Inter de Porto Alegre, ao chegar em Belém do Pará para disputar uma partida contra o Paysandu, pelo Brasileirão de 72)
‘Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.’
(Bradock, amigo de Romário, reclamando de um passe longo)
‘No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias.’
(Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos)
‘Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.’
(Jardel, ex-atacante do Grêmio e da Seleção)
‘O meu clube estava a beira do precipício, mas tomou a decisão correta, deu um passo a frente…’
(João Pinto, jogador do Benfica de Portugal)
‘Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.’
(Zanata, baiano, ex-lateral do Fluminense, ao comentar sobre a hospitalidade do povo baiano)
‘Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático.’
(Vicente Matheus, eterno presidente do Corinthians)
‘O difícil, como vocês sabem, não é fácil.’
(Vicente Matheus)
‘Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão.’
(Vicente Matheus)
‘O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.’
(Vicente Matheus, ao recusar a oferta dos franceses)
AGORA SENTA E CHORA…..COMPARE O SALÁRIO DELES COM O SEU…

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Rir é bom!!!!

CLIENTE - Não consigo imprimir. Cada vez que tento imprimir o computador diz:
Não é possível encontrar a impressora!

Já levantei a impressora e a coloquei-a em frente ao monitor para ele ver, mas o computador continua dizendo que não consegue encontrá-la. Eu tô achando que esse computador é burro...Será que é problema de memória?

****

TÉCNICO: Bom Dia! Serviço ao Cliente HP. Sérgio falando. Em que posso ajudar?

CLIENTE: Tenho uma impressora HP que precisa ser reparada.

TÉCNICO: Que modelo é?

CLIENTE: É uma Hewlett-Packard.

TÉCNICO: OK! Isto eu já sei senhora. Quero saber se ela é colorida ou é preto e branco.

CLIENTE: Ela é bege!

***

TÉCNICO: Bom dia! Posso ajudar em alguma coisa?

CLIENTE: Não estou conseguindo imprimir.

TÉCNICO: OK senhor! Por favor, clique no menu iniciar....Hei colega! Vamos com calma! Não me venha com esse palavreado técnico... Eu não sou o Bill Gates!

***

CLIENTE: De repente aparece uma mensagem na minha tela que diz: 'Clique em Reiniciar'.. . O que eu devo fazer?

TÉCNICO: O senhor deve apertar o botão e assim desligar e ligar novamente. Sem perder tempo o cliente desligou o telefone na cara do técnico e depois de cinco minutos ele ligou novamente:

CLIENTE: Pronto! E agora o que é que eu faço?

***

CLIENTE: Tenho um grande problema. Um amigo meu colocou um protetor de tela no meu computador, mas a cada vez que mexo com o mouse, ele desaparece!
***

TÉCNICO: Em que posso ajudar?

CLIENTE: Estou escrevendo o meu primeiro e-mail.

TÉCNICO: OK, qual é o problema?

CLIENTE: Já fiz a letra 'a'. Como é que se faz o circulozinho em volta dela pra fazer o tal do arroba?

***

TÉCNICO: Suporte do seu Provedor de Internet, bom dia. O que deseja?

CLIENTE: Moço, a Internet também abre aos domingos?

***

Depois de um tempo falando com o atendente do suporte técnico.

TÉCNICO: O que tem do lado direito da tela?

CLIENTE: Uma samambaia!

TÉCNICO: silêncio....

Reflexão Sobre a Vida

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma Cinderela moderna!!!! (Releitura )

Cinderela decidiu ficar.

        ...
        E com as doze badaladas completas do relógio, Cinderela voltaria a ser a simples criada maltrapilha que sofria humilhações nas mãos da madrasta e das duas filhas dela.
        Divertiu-se muito durante o baile, chegando como a princesa misteriosa que chamou a atenção de todos principalmente do príncipe. Conseguindo em uma noite o que suas “irmãs” não alcançaram a vida toda, serem notadas por um homem realmente.
        Mas o tempo é veloz quando feito por magia e depressa os badalos começaram a soar nos ouvidos da jovem dama que valsava apreensiva pela dança não terminar. Com a mágica se esgotando Cinderela desviou do príncipe num passo de troca de casais e correu para os portões do salão já se transformando do destaque da noite na desprezada de todos os dias.
        Eufórica e ofegante chegou até a escadaria do palácio a tempo da fada madrinha ver sorridente sua transformação se completar.
        – E agora? Eu nunca mais vou ver o príncipe? – perguntou Cinderela se entristecendo.
        – Agora o destino fará sua parte! Não sei se percebeu, mas você está descalça no pé direito! – respondeu a fada madrinha.
        – E o quê isso tem a ver? Fui para um baile porque estava infeliz com minha vida e agora ficarei mais infeliz, apaixonada e descalça! – desdenha Cinderela.
        – Não se preocupe minha querida, com um pouco de mágica tudo se resolve! – cochicha a fada.
        – Não! Com magia as coisas podem até ser fáceis de realizar, porém evaporam no ar com a mesma facilidade! E o que resta no final? Só a dor de algo que poderia ter sido mais demorado, mas conquistado com solidez pra durar a vida toda!
        Nesse momento começa a chover forte com grandes trovoadas.
        – Você está recusando o meu presente criança tola? – revolta-se a fada.
        – Não estou recusando senhora! Apenas explicando que o quero de maneira mais permanente e verdadeira. Isso foi feito me trazendo até aqui, agora eu cuidarei do resto de maneira natural. A senhora pode ir cuidar de outra princesa ou garota que esteja precisando de ajuda! Já ouviu falar de Miley Cirus e Lindsay Lohan? – quase desenhou Cinderela.
        – Tudo bem querida! – disse a fada indo embora, quando de repente retorna. – Mas sabe o que dizem das fadas? – perguntou ardilosa olhando diretamente nos olhos de Cinderela. – Que toda fada tem seu lado bruxa!
        A mulher começa a rir descontroladamente de suas palavras, transformando-se numa megera.
        – Claro coisinha! Quem precisa de uma fada pra facilitar-lhe a vida? Quem sabe com uma bruxa pra atrapalhar, as coisas melhorem e se tornem perfeitas pra sempre! Então que assim seja! – gritou a fada-bruxa desmiolada erguendo os braços para cima clamando aos relâmpagos.
        Cinderela grita e fecha os olhos achando que vai morrer, porém tudo fica quieto, calmo e devagar ela vai abrindo os olhos. Na sua frente as coisas eram sólidas, úmidas, algumas sujas, outras brilhantes, nem os animais nem os objetos falavam e quando ela andou e pisou numa pedra doeu. Cinderela respira fundo ao enxergar detalhadamente o seu redor gostando do que vê.
        – Lição pra mim, nunca mais contrarie uma fada com problemas de identidade! – sussurrou para si mesma.
        Percebeu que estava na frente de uma mansão muito bonita, parecida com o castelo do príncipe e igualzinho como no castelo estava acontecendo um baile. Ela entrou com os mesmos trapos molhados que vestia antes e pôde observar que lá estavam também as mesmas pessoas do castelo. De longe viu o príncipe sentado numa grande mesa no centro do salão, triste segurando um sapato de cristal e no alto sua foto com um cartaz dizendo “Feliz Aniversário Harry”.
        Cinderela foi se aproximando e pôde notar que Harry não era tão lindo quanto ela lembrava, porém sentia algo forte por ele. Estava quase sendo agarrada pelos seguranças quando ele pede que a soltem. Todos estavam parados assistindo o escândalo até que uma mulher segura em seu braço dizendo.
        – Desculpe-me Harry! Essa é minha enteada Cindy, ela sofre com surtos e delírios desde que seu pai morreu há alguns anos, e agora pensa que é Cinderela! – ri acompanhada dos convidados. – Não sei como ela chegou até aqui! É só uma coitada! – termina fazendo-se de preocupada.
        Cinderela se desvencilha da madrasta e corre para perto de Harry que recua.
        – Eu só quero falar com você! Por favor, é só um minuto! – grita enquanto a levam.
        – A deixem falar! – grita Harry confuso.
        – Você está tão louco quanto ela! Não perca tempo com essa lunática e firme compromisso com minha filha como você havia prometido! – grita a madrasta.
        Cinderela se solta novamente e no meio da platéia empolgada diz.
        – Eu sou assim em meus dias de chuva, mas posso ser radiante nos dias de sol. E como eu, acredito que você também tenha dias diferentes, mas com tolerância podemos viver juntos os mais variados climas, porque assim como os dias, as pessoas mudam e por isso o mundo é real. – termina próxima de seu corpo pronta para dar-lhe um beijo.
        Harry parece entregue, mas no momento final recusa, abaixando a cabeça. A menina magoada pede desculpas e sai correndo para fora no meio da chuva que recomeçou deixando a madrasta vitoriosa. Porém quando ela já estava longe ouve um chamado.
        – Cindeeerrreeelllaaaa!!!!
        Ela olha para trás e percebe que Harry corre em sua direção jogando o sapato de cristal para o alto, ela também corre para encontrá-lo e bem no meio do caminho se encontram num beijo apaixonado e inexplicável que aconteceu em baixo da chuva forte. A fada madrinha, mais calma observava da varanda do casarão beliscando uns quitutes num vestido florido horroroso rindo sem parar.
        Harry havia feito na vida real a cena que como ator protagonizou no cinema no filme da Cinderela e não importa se Cinderela (ou Cindy) era louca ou se saiu do mundo da fantasia. Tudo que se sabe é que estão felizes todos os dias, mas não para sempre. Porque sempre é muito tempo e seria egoísmo roubar o tempo de outros casais que virão.
Mila Olivier

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O escritor.

 Se  fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
  Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
  Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o m
istério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
  Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes". Rubem Alves

A leitura que encanta....

 Olá !!

  Sempre gostei de ler.Curiosa, inquieta,sempre qurendo saber o "porquê" de muitas e muitas coisas.
  Essa inquietude despertou em mim o gosto pela leitura,pelas "viagens" que fazemos no mundo encantado das letras e quando descobrimos o encantamento das letras o mundo fica diferente....fica mais bonito!!!!!
   Uma pedra se transforma em poesia aos olhos de Drummond, uma cebola em rosas de água com escamas ,segundo Neruda.

  Não!! Não estamos loucos quando vemos coisas que outros insistem em não ver.Simplesmente ganhamos alma de poetas e olhos de leitores ávidos, sedentos e sonhadores.
 "A árvore que o sábio vê, não é a árvore que o tolo vê" William Blake
 A diferença pode estar no lugar onde os nossos olhos estão guardados.Se são apenas ferramentas para enxergar o óbvio, vão continuar sendo ferramentas.Mas quando os olhos estão na caixa dos sonhos, da fantasia ,da imaginação...eles não serão apenas ferramentas ...serão órgãos do prazer.

    Perpetua Andrade

 Eis o meu convite:

    VAMOS VER COM OS ÓRGÃOS DO PRAZER.


 Seja bem - vindo(a) !!!